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domingo, maio 14, 2017
quarta-feira, março 01, 2017
quinta-feira, setembro 29, 2016
Uma queda
Estou refletindo a partir de uma queda: em casa, na terça feira, 27-09-2016, caí de modo absurdo, escorregando em um solo "bem cuidado" por minha muito cara cuidadora da casa, a Elisa. Mas, enfim, para me agradar, talvez, usou alguma substancia escorregadia - mas, claro, de efeitos finais magníficos que, talvez, a colocassem em primeiro lugar em minha escala de pessoas de valor! No matter, o fato é que escorreguei de forma imbecil em meu lugar de trabalho, lazer, diversão, estudo... e foi um caos. Uso a palavra sem nenhuma ingenuidade, de propósito, como faria o grande bruxo Machado de Assis, hoje relembrado pela morte em 1908. Um caos que vem para levar você a uma possível nova ordem, para permitir que vc. assuma as faculdades que herdou como partícipe da espécie, adicionadas àquelas que adquiriu em sua trajetória por aqui.
E o que estou constatando é importante para espalhar mais alguma coisa que sirva a essa desconhecida trajetória que vivemos, embora sempre tenhamos o direito de perguntar: "Quem sou, de onde vim, para onde vou?" Passei dessa fase. Não, não é nenhuma soberba, nada a ver com uma possível posição superior: "Vivo no meu mundo próprio, isso não me afeta." Isso sim me afeta, embora eu possa tecer considerações que me acalmem a partir de vários pensadores respeitáveis segundo meus critérios.
Voltando à base da reflexão: estou me referindo a "O verão antes a queda", de Doris Lessing, que li antes de ser capaz de entender, na década de 1970, embora esse fato não tenha sido suficiente para impedir essa magnífica escritora de me impregnar com suas motivações e seus argumentos, assim como toda a dramaturgia envolvida em uma história em que uma mulher em seus 50s ou 60s vê seu lar se esvaziar para as férias, cada um dos habitantes tendo uma proposta para o período - menos ela que, aparentemente, se distraiu de si mesma.
O livro trata justamente disso, de como esse suposto caos permite a alguém atento encontrar seu próprio nexo, seu desejo adormecido pelo cotidiano.
E o que estou constatando é importante para espalhar mais alguma coisa que sirva a essa desconhecida trajetória que vivemos, embora sempre tenhamos o direito de perguntar: "Quem sou, de onde vim, para onde vou?" Passei dessa fase. Não, não é nenhuma soberba, nada a ver com uma possível posição superior: "Vivo no meu mundo próprio, isso não me afeta." Isso sim me afeta, embora eu possa tecer considerações que me acalmem a partir de vários pensadores respeitáveis segundo meus critérios.
Voltando à base da reflexão: estou me referindo a "O verão antes a queda", de Doris Lessing, que li antes de ser capaz de entender, na década de 1970, embora esse fato não tenha sido suficiente para impedir essa magnífica escritora de me impregnar com suas motivações e seus argumentos, assim como toda a dramaturgia envolvida em uma história em que uma mulher em seus 50s ou 60s vê seu lar se esvaziar para as férias, cada um dos habitantes tendo uma proposta para o período - menos ela que, aparentemente, se distraiu de si mesma.
O livro trata justamente disso, de como esse suposto caos permite a alguém atento encontrar seu próprio nexo, seu desejo adormecido pelo cotidiano.
segunda-feira, outubro 19, 2015
Lua de mel em Marte
Autor: Jane Ferreira
19 de outubro de 2015
plot:
William compra uma viagem a Marte - um presente para sua futura esposa Pamela. Ela cresceu na companhia de um tio-avô muito querido, apaixonado por science-fiction, que costumava ler contos de Bradbury, Heinlein ou Asimov para embalar seu sono. A recente descoberta em Marte de um verdadeiro bunker, que poderá conter segredos da vida no planeta vermelho, e talvez abrir perspectivas para o futuro da humanidade ameaçada na Terra, gerou um projeto de exploração envolvendo financiamento direto dos primeiros interessados em povoar Marte. Assim que tomou conhecimento, William decidiu se engajar. Uma lua de mel com muitas surpresas.
Enquanto assinava os primeiros papéis, sorria imaginando a reação de Pamela quando anunciasse a viagem que fariam após o casamento.
- Marte? ela diria. Valeu a brincadeira.
E jogaria a cabeça de lado para criar maior efeito no riso (brincalhão, incrédulo, divertido…).
- Acabo de assinar os primeiros documentos. A preparação é bem rigorosa, é claro, mas tenho certeza que será amplamente compensada durante os seis meses de estadia no planeta vermelho…
William teve um leve titubeio sobre a decisão já tomada ao perceber alguma tensão quando Pamela exclamou:
- Seis meses em Marte?
fontes: (1) Fascínio e mistério, Marcelo Gleiser, FSP Ilustríssima, domingo 18-10-2015 (2) The Martian Chronicles, Ray Bradbury, New York: Doubleday, 1950, https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Martian_Chronicles, acesso 19-10-2015
quarta-feira, abril 08, 2015
Cortázar, Final do Jogo
"in" Os venenos, p.28
[...]cansava um pouco e era quase como um voo, mas nunca como o sonho de voar que eu sempre tinha naquele tempo, que era levantar as pernas do chão e, com um ligeiro movimento de cintura, voar a vinte centímetros do solo, de uma maneira que não dá para contar de tão bonita, voar por ruas compridas, às vezes subindo um pouco e uma vez ao rés do chão, com uma sensação muito nítida de estar acordado, mas o problema nesse sonho era que eu sempre sonhava que estava acordado, que voava de verdade, que antes tinha sonhado mas agora era para valer, e quando acordava era como cair no chão, que triste sair andando ou correndo mas sempre pesado, voltando para baixo a cada pulo.
[...]cansava um pouco e era quase como um voo, mas nunca como o sonho de voar que eu sempre tinha naquele tempo, que era levantar as pernas do chão e, com um ligeiro movimento de cintura, voar a vinte centímetros do solo, de uma maneira que não dá para contar de tão bonita, voar por ruas compridas, às vezes subindo um pouco e uma vez ao rés do chão, com uma sensação muito nítida de estar acordado, mas o problema nesse sonho era que eu sempre sonhava que estava acordado, que voava de verdade, que antes tinha sonhado mas agora era para valer, e quando acordava era como cair no chão, que triste sair andando ou correndo mas sempre pesado, voltando para baixo a cada pulo.
quinta-feira, setembro 11, 2014
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