segunda-feira, outubro 19, 2015

Lua de mel em Marte

Autor: Jane Ferreira
19 de outubro de 2015
plot:

William compra uma viagem a Marte - um  presente para sua futura esposa  Pamela.  Ela cresceu na companhia de um tio-avô muito querido, apaixonado por science-fiction, que costumava ler contos de Bradbury, Heinlein ou Asimov para embalar seu sono.  A recente descoberta  em Marte de um verdadeiro bunker, que poderá conter segredos da vida no planeta vermelho, e talvez abrir perspectivas para o futuro da humanidade ameaçada na Terra, gerou um projeto de exploração envolvendo financiamento direto dos primeiros interessados em povoar Marte.  Assim que tomou conhecimento, William decidiu se engajar.  Uma lua de mel com muitas surpresas.

Preparativos

Enquanto assinava os primeiros papéis, sorria imaginando a reação de Pamela quando anunciasse a viagem que fariam após o casamento.  
  • Marte? ela diria.  Valeu a brincadeira. 
E jogaria a cabeça de lado para criar maior efeito no riso (brincalhão, incrédulo, divertido…).
  • Acabo de assinar os primeiros documentos.  A preparação é bem rigorosa, é claro, mas tenho certeza que será amplamente compensada durante os seis meses de estadia no planeta vermelho… 
William teve um leve titubeio sobre a decisão já tomada ao perceber alguma tensão quando Pamela exclamou:
  • Seis meses em Marte? 

fontes:  (1) Fascínio e mistério, Marcelo Gleiser, FSP Ilustríssima, domingo 18-10-2015  (2) The Martian Chronicles, Ray Bradbury,  New York: Doubleday, 1950, https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Martian_Chronicles, acesso 19-10-2015



quarta-feira, abril 08, 2015

Cortázar, Final do Jogo

"in" Os venenos, p.28
[...]cansava um pouco e era quase como um voo, mas nunca como o sonho de voar que eu sempre tinha naquele tempo, que era levantar as pernas do chão e, com um ligeiro movimento de cintura, voar a vinte centímetros do solo, de uma maneira que não dá para contar de tão bonita, voar por ruas compridas, às vezes subindo um pouco e uma vez ao rés do chão, com uma sensação muito nítida de estar acordado, mas o problema nesse sonho era que eu sempre sonhava que estava acordado, que voava de verdade, que antes tinha sonhado mas agora era para valer, e quando acordava era como cair no chão, que triste sair andando ou correndo mas sempre pesado, voltando para baixo a cada pulo.