sábado, agosto 02, 2014

Conte uma história...

Rory's story cubes
1o. De agosto de 2014
Casa do Alé, Rio de Janeiro

Era uma vez uma criança cheia de idéias, muito criativa, adorava recitar quadrinhas que ia aprendendo, como:

Batatinha quando nasce
Espalha rama pelo chão
A menina quando dorme
Põe a mão no coração.

Ou ainda:

Menina bonita
Não coma jiló
Jiló é veneno
Matou sua avó...

ou seria, que matou minha avó?
Agora não vou saber, só pesquisando para confirmar.

Mas para nossa história isso não tem muita importância.
A menina - pois de uma menina se tratava - também gostava muito de inventar canções.
Nem sempre eram canções, mais freqüentemente eram improvisos musicais, melodias que ia emendando, com lá-lá-las ou com alguma letra, buscando rimas fáceis, ou inventando palavras quando não as encontrava.

Havia ainda a possibilidade de ir cantando os jingles de que se lembrava, como, "pílulas de vida, do dr. Ross, fazem bem ao fígado de todos nós".

Quando ela começava a cantarolar já ninguém podia saber aonde ou quando iria parar.
Era como se tivesse uma varinha mágica com a qual fazia seus desejos e ela os ia realizando à medida que ia atirando estrelinhas pelo ar.  Uma lindeza de ver!

Teve o dia em que seu avô veio de visita, com seu terno de linho branco, camisa de listrinhas azul-e-brancas, uma gravata azul escuro, mole como um laço, e aquela bengala com castão de prata, que não o abandonava.
Quando entrou e viu a neta tão crescida, quase uma senhorita, não conseguia parar de olhar para a linda figurinha, por mais que o chamassem os demais.
Deixou-se ficar a olhar, e ficou pensando, e pensando.  Na verdade, estava mesmo era repassando as várias imagens anteriores, capturando registros antigos.
Minha nossa!  Parece que foi ontem que fomos ver o bebê no berçário!
Ou ainda que a levamos à igreja para o batizado...

- "Querida, um abraço gostoso aqui no vovô, cheio de saudade!"